Conhecendo Frank Duff – 2ª Parte

Continuamos agora com a História de Frank Duff, fundador da Legião de Maria.

A SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO:

A convite de um amigo, Frank Duff ingressou na Sociedade de São Vicente de Paulo, fundada na França, por Frederico Ozanam. Era uma sociedade especializada em obras de caridade, sob orientação católica, que junto aos auxílios materiais procurava levar ao pobre a ideia de que Deus não os esquece e a Igreja se preocupa com eles. Na Irlanda, a associação era limitada aos homens. Inicialmente Frank não se sentiu muito motivado pela atividade vicentina, mas a medida em que entrou em contato com a indescritível pobreza de sua cidade natal, uma realidade que até então desconhecia, passou a dedicar-se a obra vicentina, com a determinação que lhe era característica.

Os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo reuniam-se semanalmente em Myra House, um velho edifício onde, no passado funcionara uma fábrica de toucinho. As reuniões da Sociedade começavam com a oração e uma leitura espiritual. Tomavam-se apontamentos para a ata e discutia-se o trabalho. A Sociedade contava com pessoas eminentes entre os seus membros, era muito ativa e alegre. Frank sentiu-se bem no ambiente e em breve tornou-se um dos membros mais zelosos.

INÍCIO DO APOSTOLADO:

A divisão religiosa era muito forte na Irlanda. De um lado os protestantes, do outro os católicos. Aproveitando-se da situação de miséria e fome existente, os protestantes ofereciam refeições gratuitas, tratamento médico aos necessitados, com a condição de que participassem de um serviço religioso protestante, nesse tempo pecado grave para um católico. Na vizinhança da sede da Sociedade Vicentina que Frank frequentava, todos os domingos, os protestantes ofereciam um pequeno almoço aos pobres, seguido de um serviço religioso. Desses pobres, muitos eram católicos, que atraídos pela oferta de alimento, acabavam por participarem dos ofícios protestantes.

O Presidente da Conferência Vicentina pediu voluntários para observarem a situação e fazerem algo a respeito. O jovem Frank Duff atendeu ao apelo e no Domingo seguinte, às 7h30 de uma manhã muito fria, com outros companheiros apresentou-se no local. Pessoas muito humildes e mal vestidas foram entrando na referida casa dos protestantes. Na oportunidade, Frank conheceu Gabbet um sapateiro, católico fervoroso, que lhe disse estar decidido a abrir uma obra de beneficência, para concorrer com os protestantes e evitar que os pobres católicos fossem desviados de sua religião. Lennon outro jovem vicentino conseguiu autorização do diretor de uma escola do outro lado da rua para ali instalarem seu serviço de benemerência. Assim foi que no Domingo seguinte passaram a oferecer um pequeno almoço aos pobres. Enquanto Gabbet convidava as pessoas, que se encaminhavam para o local dos protestantes, a passarem ao outro lado da rua onde também receberiam refeição, Frank e Lennon prepararam e serviram o pequeno almoço e depois lavaram a louça e limparam a sala. A partir daquele dia todos os domingos ofereciam esse serviço aos pobres.

Na época, não havia missa à tarde, então Frank e os companheiros assistiam a uma Missa muito cedo para poderem iniciar o trabalho às 7h30 e ficavam toda a manhã sem comer. O jovem Lennon tinha uma saúde delicada, por isso teve de desistir da tarefa. Frank e o sapateiro Gabbet continuaram. Com o convívio nesse apostolado, ficaram amigos apesar da diferença de cultura. Gabbet era possuidor de uma fé vigorosa e o único assunto de que falava era religião. Houve assim grande afinidade entre os dois. As salas onde serviam o pequeno almoço, aos domingos, não era ocupada durante os dias de semana. Frank passou a dar aulas de catecismo a jovens e homens. Mais tarde conseguiu que algumas senhoras e moças dessem instrução religiosa às meninas da escola.

Em 1916 teve início a guerra de independência da Irlanda, Gabbet alistou-se no exército, devolvendo ao proprietário a casa onde residia. Antes de partir deu para Frank todos os objetos que possuía. Frank levou tudo para “Myra House”. Entre os artigos havia uma estátua, em gesso, de Nossa Senhora das Graças.

Nosso próximo capítulo vamos falar sobre a Verdadeira Devoção.

Até a próxima viagem na vida de Frank Duff!

Compilado por Abigail Duarte

Revisado pela Secretaria de Comunicação do Senatus Assumpta do Rio de Janeiro

Fonte: “UM PIONEIRO DO APOSTOLADO LAICAL – FRANK DUFF E A LEGIÃO DE MARIA” – Hilde Firtel

#FrankDuff

Texto: Hélio Euclides

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