Oração pela Beatificação de Alphonsus Lambe
Oração pela beatificação de Alphonsus Lambe:
Oh! Deus, que por sua clemência infinita inflamou o coração de seu criado, Alphonsus Lambe com um amor ardente por Vós e por Maria, nossa Mãe; um amor que se revelou em uma vida de intenso trabalho, oração e sacrifício para a salvação de almas, conceda, se for Vossa vontade, que nós possamos obter, por sua intercessão, o que nós não podemos obter por nossos próprios méritos.
Isto Vos pedimos por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.
O servo de Deus, Alphonsus Lambe (familiarmente conhecido por “Alfie”), nasceu em Tullamore, Irlanda, dia 24 de Junho de 1932. Tinha o sonho de se tornar religioso e então entrou no noviciado dos Irmãos Cristãos Irlandeses (Irish Christian Brothers), porém teve que abandoná-lo em pouco tempo, devido a problemas de saúde.
Alfie tinha 18 anos de idade quando seu irmão Jack o convidou para participar de uma reunião da Legião de Maria. Sua saúde havia melhorado e em pouco tempo ele estava totalmente comprometido com a Legião. Mudou-se para Dublin, onde fundou novos praesidia e trabalhou como voluntário no Hostel Morning Star. Esse Hostel foi fundado pela Legião de Maria e existe até hoje com o trabalho de voluntários e doações, acolhendo homens sem trabalho e sem teto. Esse local é certamente uma escola para a santidade. Trabalhando lá, Alfie servia a Jesus (presente nos homens pobres que lá residiam), imitando o coração de Maria.
Deus estava preparando Alfie para um trabalho ainda maior. Em 1953, ficou sabendo que um colega legionário, Seamus Grace, estava indo para a América do Sul como enviado, e se ofereceu para ajudá-lo. Foram juntos a Bogotá, na Colômbia, e a função de Alfie era de ajudante, por ter apenas 20 anos de idade e 2 anos de experiência como legionário. No entanto, em pouco tempo já estava trabalhando de maneira independente e viajando de um país a outro, promovendo incansavelmente a Legião de Maria.
Alfie visitava muitas Paróquias para fundar novos praesidia, e a maioria dos padres estavam aguardando esse momento, por isso o recebiam de braços abertos. Os poucos que se opuseram foram logo conquistados pelo respeito absoluto que ele tinha pelo sacerdócio, e por seu entusiasmo contagioso.
Esse entusiasmo e capacidade de atrair as almas ao serviço e amor de Deus, o fizeram fundar numerosos ramos da Legião de Maria e formar muitas pessoas no apostolado durante a sua estadia na América do Sul. A sua devoção a Maria era extraordinária e ele explicava a todos a Verdadeira Devoção a Maria. Sempre mantinha o sorriso no rosto e o bom humor, mesmo com o cansaço das viagens e dos trabalhos que fazia.
Alfie tinha um dom especial: conseguia levar as pessoas a fazerem coisas que pensavam ser incapazes. Ele sempre esperava grandes feitos das pessoas! Quando estava iniciando um praesidium, ele perguntava qual seria o trabalho mais difícil e até mesmo impossível naquela região, naquela Paróquia. Depois, dizia que todos veriam como Maria iria usá-los naquela situação difícil.
Em julho de 1955, Alfie veio ao Brasil para participar do Congresso Eucarístico Internacional, que aconteceu no Rio de Janeiro e contou com a presença de mais três enviados: Joaquina Lucas e Mary Clerkin (Brasil) e Maria Diepen (Guiana Holandesa). O grupo montou uma banca no centro do Congresso onde distribuíam livros sobre a Legião e conversavam com os visitantes. Ao todo, possuíam fluência em 7 línguas, então podiam falar com quase todos que se interessavam pela movimento.
Alfie se reuniu com os cardeais, bispos, sacerdotes e leigos, e introduziu a Legião a muitos que ainda não a conheciam. Ele escreveu para Dublin: “Eu conheci quase todos os Bispos”. Aqueles que já conheciam o movimento só tinham palavras de louvor. A participação desses 4 enviados, em especial de Alfie, foi de extrema importância para a divulgação da Legião de Maria, e esta data será para sempre memorável na história da Legião na América Central e do Sul.
Depois do Congresso Eucarístico, Alfie foi para São Paulo com Joaquina Lucas e Mary Clerkin onde fundaram os praesidia do Brasil. Em seguida, Alfie partiu para a Argentina. Além de suas inúmeras viagens, ele fez questão de manter contato com um grande número de pessoas através de cartas. Seu objetivo era escrever pelo menos 3 cartas por dia, as quais continham aconselhamentos espirituais.
Certa vez escreveu: “Eu sou realmente muito fraco, mas sei que Nossa Senhora usa o fraco para mostrar o seu poder. Durante algum tempo eu recitei o compromisso legionário diariamente ao final da missa. Cada linha está cheia de consolo para as pessoas fracas.” Todos os legionários fazem esse compromisso, e seria maravilhoso que todos seguissem esse exemplo de Alfie, meditando-o com frequência, para realmente transformar a nossa vida interior.
Após 6 anos de apostolado na América do Sul, sinais de doença começaram a se manifestar. Pensava-se que ele estava sofrendo de úlceras estomacais. Foi operado e na cirurgia revelou-se que todos os seus principais órgãos tinham câncer. Dentro de 10 dias teve uma morte dolorosa, mas santa. Faleceu em Buenos Aires dia 21 de Janeiro de 1959 e está sepultado no jazigo dos Irmãos Cristãos Irlandeses em Buenos Aires, no cemitério Recoleta. Seu processo de beatificação foi iniciado logo após sua morte e pode-se dizer que sua influência foi ampla, profunda e duradoura.
A cada ano, uma peregrinação para a juventude ocorre ao longo de muitos quilômetros pelas ruas de Buenos Aires até o túmulo de Alfie. Muitos favores foram recebidos através de sua intercessão, e ele tem sido exemplo a muitos que veem nele um caminho para alcançar a perfeição espiritual e apostólica.
Alfie tinha planos de voltar a Dublin e depois estender a Legião de Maria na Rússia. Para isso, ele já tinha aprendido a língua russa, e tinha estudado como ele iria entrar na União Soviética e se comunicar em correspondência codificada com o Concilium em Dublin.
Pouco antes de morrer, disse a um amigo próximo: “não reze muito para mim, porque eu vou ser capaz de ajudá-lo muito melhor do céu”. Que ele possa ajudar aos legionários que, rezando para ele, compartilham todas as preocupações da Legião.
Texto: Marina Tavares Gregolin