Conhecendo Frank Duff – 5ª Parte

Primeiros passos do novo movimento

Na segunda reunião do Novo Movimento, tudo transcorreu com uma precisão matemática: os relatórios eram mais que animadores, os doentes do Hospital da União mostravam-se agradecidos com as visitas e cuidados das jovens. As atas das reuniões demonstravam que novos membros entravam para o grupo em cada uma das semanas seguintes. Alguns meses após a fundação, estavam presentes setenta irmãos. Frank Duff tomou parte em todas as reuniões. Compreendeu ele que Nossa Senhora lhe arrancara o leme e passara a orientar o pequeno grupo. Deu-se conta também que era exigido dele e dos outros membros uma entrega completa e incondicional.

Um dia, cerca de três meses depois do nascimento do Movimento, trataram de planejar seu futuro. Foi então que Frank predisse que o Novo Movimento se difundiria pelo mundo. Essa previsão causou muito riso entre as jovens, pois jamais poderiam sonhar com a extensão que alcançaria o Movimento.

Trabalhos difíceis e heroicos estavam nos planos de Frank Duff. Dentre ele, um preocupava de forma especial o fundador da Legião de Maria: a recuperação de prostitutas. Até mesmo antes da formação do primeiro grupo, ele preocupava-se com a difícil situação das moças de rua e como salvá-las. Havia em Dublin alguns conventos do Bom Pastor, cujas religiosas se propunham a receber mulheres que desejavam mudar de vida. Entretanto era preciso que tais mulheres procurassem as religiosas e pedissem auxílio. Isso raramente acontecia.

Cerca de oito meses após a fundação do primeiro Grupo, Frank foi informado sobre duas senhoras de meia idade desejosas de dedicarem suas vidas a um trabalho de apostolado. Frank procurou-as e falou-lhes de sua ideia de formar um “LAR” para recuperação das garotas de prostíbulos. Elas prontamente se ofereceram para viver na casa e cuidar das pessoas que ali se recolhessem.

Como o primeiro grupo da Legião (ainda não haviam adotado o nome), tinha um número excessivo de membros, fundou-se um segundo grupo. A este segundo grupo foi confiada a tarefa de auxiliar na recuperação das prostitutas.

Frank Duff convocou uma reunião com as partes interessadas. Além dele, compareceram as duas senhoras de meia idade com mais uma companheira e quatro sacerdotes. Como primeira iniciativa para a conversão das garotas de rua, entenderam que seria importante levá-las a fazer um retiro fechado. Mas onde? As tentativas com as casas de retiro de Dublin fracassaram. Todos se recusaram horrorizados. Finalmente uma madre superiora, de um convento fora da cidade, concordou em emprestá-lo para o tal retiro, durante as férias das alunas. O trabalho dificílimo de convencer as prostitutas a fazerem o retiro, coube ao novo grupo de legionárias. Cinco membros foram designadas a convencerem as garotas de um prostíbulo a fazerem o retiro. Frank encarregou-se das outras providências, inclusive conseguir um pregador e condução para levar as garotas ao convento onde se realizaria o retiro. Das 31 garotas que viviam numa casa de prostituição, 23 compareceram pontualmente no local combinado para serem conduzidas ao retiro.

A Madre Superiora sabia para quem o retiro seria direcionado, contudo as outras religiosas pensavam que eram moças de uma associação do Sagrado Coração de Jesus. Durante o retiro houve grande preocupação quanto à reação das retirantes tão especiais. Havia receio que algumas desistissem e fugissem. Nada disso aconteceu. As moças ficaram até o fim e todas se mostraram decididas a mudar de vida. Com exceção de duas que não eram católicas, todas foram à confissão e no dia seguinte receberam a Sagrada Comunhão.

Durante os dias do retiro, Frank compreendeu que pouco valeria todo aquele esforço, se depois as moças voltassem ao prostíbulo de onde vieram. Acompanhado por dois sacerdotes foi procurar um membro do governo e expôs-lhe toda a situação. O representante do governo procurado mostrou-se impressionado e prometeu-lhes discutir o caso na reunião com os outros colegas, à tarde. Na manhã seguinte Frank recebeu uma carta – exposta presentemente na sede do Concilium Legionis, em Dublin – em que se declarava que uma casa no centro da cidade era colocada a sua disposição, isenta de taxas por três meses. Para mobiliá-la com o indispensável, tomou por empréstimo móveis da sede dos Vicentinos. Terminado o retiro, todas puderam ir para a nova residência, a qual ajudaram a limpar e arrumar. Na companhia das duas senhoras que se dispuseram a morar com elas, puderam reiniciar suas vidas, sob a proteção do Sagrado Coração de Jesus, cuja imagem foi entronizada nesse novo lar e com as bênçãos de Nossa Senhora a quem Frank Duff recorria com confiança e amor filial.

Em nosso próximo capítulo vamos falar sobre a escolha do nome Legião de Maria.

Fonte: “UM PIONEIRO DO APOSTOLADO LAICAL FRANK DUFF E A LEGIÃO DE MARIA” – Hilde Firtel

Compilado por Abigail Duarte

Revisado pela Secretaria de Comunicação do Senatus Assumpta do Rio de Janeiro

#FrankDuff

Texto: Hélio Euclides

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