A comemoração de Nossa Senhora das Graças, no dia 27 de novembro, está unida intimamente à Santa Catarina Labouré e, consequentemente, às Irmãs de Caridade de Santa Luísa de Marillac.
A menina Zoé nasceu em 1806, em família numerosa. Seu pai era um modesto camponês. Sua mãe faleceu quando tinha apenas 8 anos. Sua irmã mais velha entrou no Convento das Irmãs de Caridade. Assim sendo, coube-lhe substitui-la nas tarefas domésticas e no auxílio ao pai. Entretanto, não sabia ler e escrever, pois não frequentara a escola.
Expressando o desejo de seguir a irmã mais velha, na vida religiosa, pediu ao pai que permitisse sua entrada no Convento da Irmãs de Caridade, o que se deu em 1830. Recebeu o nome de Catarina. Depois do postulado, foi enviada ao Convento da Rue du Bac, em Paris. Ali chegou antes dos quatro dias da trasladação das relíquias de São Vicente de Paulo, cofundador das Irmãs de Caridade. Na noite do dia festivo da trasladação começou a série de visões.
No dia 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora lhe apareceu, sob a forma de imagem, como se estivesse de pé em cima de um globo com raios de luz jorrando de suas mãos, cercada pelas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.” A imagem se voltou e Irmã Catarina viu o lado contrário: um M maiúsculo, encimado por uma cruz e dois corações, um deles coroado de espinhos e o outro transpassado por uma lança, no lado inferior. A seguir, ouviu uma voz ordenando que fizesse uma medalha, como foi representada acima, pois aqueles que a levassem consigo com devoção, receberiam grandes graças por intercessão da Mãe de Deus. A mesma visão se repetiu no mês seguinte e em diversas ocasiões até setembro de 1831.
Irmã Catarina relatou tudo ao seu confessor que lhe impôs o silêncio. Observou o silêncio até sua morte, em 1876.
A Legião de Maria, no apêndice 6 do Manual, relembra a íntima relação que os legionários têm com a medalha. Diz o texto: “Os legionários darão grande valor a esta medalha, intimamente associada à história da Legião. A imagem da Medalha Milagrosa (1830) que enfeitou a mesa da primeira reunião, não foi escolhida de propósito; ela exprimia perfeitamente, no entanto, a característica devocional da Organização que nascia debaixo do seu olhar”. Há outros motivos até mais sólidos que o legionário encontra no Manual para levar consigo a medalha.
Destaco a coincidência admirável, no dizer do Manual: “a audiência em que S. Ema o Cardeal Verdier, Arcebispo de Paris, aprovou e abençoou a Legião, começou precisamente no dia e hora do primeiro centenário da aparição da Virgem, a Santa Catarina Labouré, aparição que dizia respeito à França”.
Importantíssima é a afirmação: “a Medalha Milagrosa foi assimilada pela Legião e de tal modo que a missão do legionário inclui a da Medalha. O legionário é como uma Medalha Milagrosa viva, instrumento humilde da Virgem, para derramar suas graças sobre o mundo”.
Neste ano de 2022, a comemoração de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa, ocorre no primeiro domingo do Advento da nossa preparação para o Natal. O Advento é um tempo mariano, por excelência, expectativa e esperança de Maria e da Igreja pela vinda do Salvador.
O símbolo da Medalha mariana, usado por nós legionários, favoreça nossa recordação que Jesus veio, vem e virá, e a Legião está a serviço do novo Advento do Senhor na história, na Igreja e nos corações.
Por: Dom Edson de Castro Homem
Bispo Emérito da Diocese de Iguatu – CE
Bispo Referencial da Legião de Maria junto a CNBB
Olá boa noite! Gostaria de saber o porque a imagem de nossa senhora das Graças usada na legião de Maria não pode ter a medalha milagrosa?