Conhecendo Frank Duff – 6ª Parte

O movimento recebe nome e se estrutura

O movimento Mariano de apostolado, iniciado a 7 de setembro de 1921, foi rapidamente crescendo e surgiram novos grupos. Cada um dos ramos ou grupos que se formava escolhia seu próprio nome, sempre referente a Nossa Senhora. O primeiro chamava-se Nossa Senhora da Misericórdia, o segundo Imaculada Conceição, o terceiro Nossa Senhora do Sagrado Coração, o quarto Refúgio dos Pecadores. Era preciso agora encontrar um nome para o próprio movimento, tanto mais que os grupos precisavam se unir sob a direção de um Conselho Central. O Conselho reuniu-se para debater a necessidade da escolha de um nome. Ficou resolvido que todos os membros participariam de uma novena para que chegassem a uma escolha acertada. Na reunião seguinte, várias propostas foram apresentadas, mas nenhuma foi considerada adequada. Frank Duff refletiu muito, procurando um nome que não só fosse breve e conciso, mas que, com alguma alteração, pudesse ser aplicado aos membros. Na véspera da Segunda reunião para sugerirem o nome, Frank estava no seu escritório. Era muito tarde, passava da meia-noite, ele decidiu deitar-se. Parou um momento para observar um grande quadro de Nossa Senhora que ornava uma das paredes e, de repente, surgiram espontaneamente ao seu espírito as palavras “Legião de Maria”. Com isto, toda a dúvida se desvaneceu. O nome não só caracterizava perfeitamente o Movimento, mas poderia aplicar-se a cada um dos membros que se tornariam legionários de Maria. Que desilusão no dia seguinte. Sua proposta foi rejeitada na reunião. Os outros nomes apresentados também foram considerados impróprios. Sugeriu-se outra novena. Um mês depois, outra reunião. Surgiram numerosas propostas. Frank não disse uma palavra. Então o Padre Creedon, diretor espiritual, volta-se para Frank Duff e diz-lhe: “O senhor não tem qualquer proposta?” “Da última vez apresentei uma, mas foi rejeitada. Ora eu não conheço nada melhor do que Legião de Maria” – respondeu Frank Duff. A proposta foi aceita por unanimidade. Isto acontecia em novembro de 1925, quatro anos depois da fundação do primeiro grupo.

Frank põe-se a refletir: Legião! Não fora este o nome do exército romano? Que modelo de zelo, de coragem de disciplina e obediência para os legionários de Maria que agora se dedicavam à conquista do mundo para Cristo, tal como os antigos legionários haviam conquistado o mundo, então conhecido, para o Império Romano. Frank conhecia latim. Pois bem, que nome davam os legionários romanos às suas guarnições? “Praesidia”. Pois assim se chamariam os grupos da Legião de Maria. O uso do latim tinha a vantagem de unificar em todas as nações a denominação dos grupos da Legião de Maria. Não seria necessário traduzir para as diferentes línguas.

Cada regimento da Legião Romana possuía seu estandarte encimado pela águia romana, por baixo da qual ostentava num medalhão a figura do comandante supremo. Este deveria ser o modelo para o estandarte da Legião de Maria. A águia seria substituída pela pomba, símbolo do Espírito Santo, e o comandante supremo, por Nossa Senhora como distribuidora de graças, como aparece na Medalha Milagrosa. Fizeram-se vários desenhos e depois de correções e melhorias surgiu o Vexillum, estandarte característico que está presente no “Altar Legionário”, é levado como bandeira nas procissões e aparece no papel timbrado da Legião e nas suas publicações.

A Promessa Legionária também surgiu de uma iluminação recebida por Frank Duff. Tornara-se evidente que antes do alistamento definitivo haveria um período de prova, cuja duração foi fixada em três meses. O ingresso oficial na Legião seria feito com uma promessa que deveria exprimir a espiritualidade da Legião. Frank estava fazendo seu retiro anual. Era Pentecostes. Ao refletir sobre a promessa compreendeu de que ela não deveria dirigir-se a Maria, mas ao Espírito Santo. Reconhece-se na ação de Maria, o Espírito Santo que nela formou o Cristo histórico e continua a formar por Ela o Corpo Místico no coração de cada pessoa. Sob essa inspiração, Frank formulou a Promessa Legionária, que, conforme Paulo VI declararia muitos anos mais tarde, encorajou milhares de legionários a aceitar a responsabilidade do martírio.

Foram também fixadas as Orações da Legião, as quais compõem a Tessera e receberam o Imprimatur, permissão concedida por autoridade religiosa para que seja impresso texto submetido à sua censura, e que passa a figurar no verso da página de rosto ou do anterrosto. De particular beleza é a Oração Final, que reflete as próprias palavras de São Grignion de Montfort. Foi contratado também um artista que pintou o quadro que se faz presente na Tessera e na capa do Manual.

Os instrumentos estavam concluídos. A conquista do mundo podia começar. No próximo capítulo vamos falar sobre “A Legião de Maria começa a expandir-se”. Até a próxima viagem pela vida de Frank Duff.

Fonte: “UM PIONEIRO DO APOSTOLADO LAICAL – FRANK DUFF E A LEGIÃO DE MARIA” de Hilde Firtel

Compilado por Abigail Duarte

Revisado pela Secretaria de Comunicação do Senatus Assumpta do Rio de Janeiro

#FrankDuff

Texto: Hélio Euclides

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