O derramamento do Espírito Santo na festa de Pentecostes está profundamente relacionado com Maria, mãe de Jesus. Cinquenta dias após a ressurreição, apóstolos, discípulos e a Virgem Maria estavam reunidos no Cenáculo, em Jerusalém, à espera da vinda do Espírito Santo, conforme o cumprimento da palavra de Jesus.
As convicções, as crenças mostravam-se oscilantes nos apóstolos, que se sentiam tristes, com medo de serem reconhecidos como seguidores de Cristo e sofrerem as consequências desta escolha. Estavam incapazes de compreender o que acontecia e o que estava para acontecer. Nesse contexto enfraquecedor, a feição de Maria era consoladora, pois os animava e os fortalecia. A convivência com ela favorecia o cultivo da amizade fraterna entre eles, fazia-os se sentirem irmãos, pois, principalmente, irrigando as fragilizadas raízes da fé nesta pequena comunidade, Maria agia como a mãe de todos, assim como Jesus havia dito a João, ícone de todos os filhos de Maria.
A Santíssima Virgem esteve inserida nos episódios significativos da história da redenção. Na concepção imaculada, quando foi escolhida para trazer à terra a salvação vinda dos céus, Maria recebeu plenamente a graça e beleza divinas no momento que disse “sim”; foi atuante no primeiro milagre público de Jesus, quando a água tornou-se vinho, nas bodas de Caná; esteve acompanhando todo o calvário até a Páscoa de Cristo. Em Pentecostes, não poderia ser diferente. Maria estava também no Cenáculo, aguardando a chegada do Paráclito consolador. Fato é que nenhum outro, na condição humana, esteve mais intimamente próximo ao Santo Espírito do que Maria, o que a caracteriza com uma particularidade especial.
Com a efusão do Espírito Santo em Pentecostes, nasce a Igreja, e Maria, sendo a esposa do Espírito Santo, torna-se a Mãe do Corpo Místico, unida, permanentemente, ao mistério de Cristo. Não existe, portanto, Igreja sem Maria, nem Maria sem a Igreja. Nossa Senhora é uma mãe que está sempre pronta a ajudar seus filhos, a fazê-los crescer na fé e a se aproximarem de Jesus. Este é o desejo e a alegria da Virgem Santíssima.
Pentecostes é tempo novo, tempo de celebrar, ratificar e acolher os dons do Espírito Santo. Que esta efusão encontre corações abertos e dispostos ao derramamento do amor de Deus. “Vem, Espírito Santo!”
Por: Maria Eulália Mello
22 de mai. de 2016