Edel Quinn

Oração pela beatificação de Edel Quinn:

Eterno Pai, eu Vos agradeço a graça que concedestes à Vossa serva Edel Quinn, de se esforçar por viver sempre na alegria da Vossa presença; eu Vos agradeço a irradiante caridade infundida no seu coração pelo Vosso Espirito Santíssimo, e a força que ela hauriu no Pão da Vida, para trabalhar até à morte pela glória do Vosso nome, em amorosa dependência de Maria, a Mãe da Igreja. Confiado, ó Pai Misericordioso, em que a sua vida Vos tenha agradado peço-Vos me concedais, por sua intercessão, o favor especial que agora Vos imploro…, e torneis conhecida por meio de milagres a glória de que ela goza no céu, para que possa ser também glorificada pela Vossa Igreja na terra, por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Edel Quinn era uma garota encantadora e muito alegre. Estava sempre sorrindo, nunca reclamava de nada e era muito solícita. Além de sua vivacidade natural, sua alegria era tão grande que só poderia ser presença do Espírito Santo – uma alegria que surge a partir da fé. Esta alegria a confirma como um profundo testemunho da fé.

Nasceu no dia 14/09/1907, em Greenane, perto de Kanturk, no Condado de Cork (Irlanda). Era uma simples moça irlandesa, e hoje serve de exemplo para muitos jovens e legionários no mundo todo.

Edel conheceu a Legião através de uma amiga, que recusou seu convite para ir até sua casa, alegando que tinha de ir a uma reunião da Legião de Maria.

Edel se interessou pelo movimento e quis participar da reunião. Tornou-se, então, membro ativo e, após dois anos, tornou-se presidente de um praesidium.
Em 30/10/1936, com 29 anos, partiu para a África Oriental, como Enviada da Legião, dedicando-se a um apostolado heróico até a morte, por 7 anos e meio, sem nunca voltar à pátria e rever a família.

Apesar de muitas dificuldades, conseguiu estabelecer a Legião em todo o território do Vicariato de Zanzibar. Depois, animada de incansável zêlo, apesar da saúde sempre delicada (por causa da tuberculose), percorre os imensos territórios de Kenia, Tanganika, Uganda, Niassaland e ilhas Mauritius. Pelo seu esforço, centenas de Praesidia e numerosos Conselhos Superiores surgiram de forma duradoura. O resultado foi o alistamento de milhares de africanos no trabalho de evangelização confiado à Igreja.

Obrigada algumas vezes a um repouso forçado em hospitais, ainda assim prosseguia em seu apostolado, através da oração e de cartas. Em 1943, escrevia uma testemunha ocular a seu respeito: “Não está curada. Está pesando muito pouco e lhe é muito penosa a presente estação de chuvas. Tem dificuldades para respirar. Qualquer esforço físico, mesmo leve, a deixa sem fôlego e necessitada de descanso. É uma criatura extraordinária, um magnífico exemplo de vocação cumprida com integral fidelidade”.

Edel trabalhava ativamente, dedicou sua vida para a expansão da Legião. E por trás dessa vida ativa estava sua profunda união com Deus para dar-lhe forças e guiá-la. A Missa, desde a juventude, foi o centro de sua vida. Chegava a viajar horas e horas em jejum – certa vez ficou 17 horas sem comer – só para poder receber a Santa Comunhão. Certa vez escreveu: ” Que desolada seria a vida sem a Eucaristia!”. Sua fé também era sustentada por uma oração constante; o Rosário de Maria parecia andar sempre nas suas mãos.

Seu imenso amor pela Virgem Mãe de Deus, e sua total dependência de Maria, impregnava todos os aspectos de sua vida, chegando a um nível de confiança infantil e generosidade sem limites. Quando os outros hesitavam, ela respondia invariavelmente: “Porque não havemos de confiar em Nossa Senhora?”, ou então “Nossa Senhora cuidará de tudo!”

Conservou-se sempre alegre até o fim. Um sacerdote, que a visitou poucos dias antes da morte, encontrou-a de “extraordinário e contagiante bom humor”. O fim foi repentino. Tomada de surpresa, apenas perguntou: “O que está acontecendo comigo? Será que Jesus veio me buscar?”

Morreu a 12 de Maio de 1944. Seu falecimento foi comunicado a Dublin, centro da Legião de Maria, por telegrama expedido pelo Exmo. Sr. Cardeal Secretário de Estado de Sua Santidade, quando – estando ainda a Europa em guerra – a notícia chegou ao conhecimento do Vaticano. Em Nairóbi, onde estabelecera a sua primeira Curia anos atrás, foi sepultada em cemitério reservado aos missionários. 

Aqueles se espelham em Edel Quinn e que rezam a ela, poderão experimentar aquela alegria que ela viveu tão intensamente. Ela sempre levou a fonte dessa alegria a todas as pessoas: Jesus Cristo e sua mãe. Edel continua a ter um papel muito importante de evangelização: seu trabalho não acabou, está apenas começando. Sua “ordinariedade” contrastando com seu heroísmo, atrai pessoas à fé. Sua vida na simplicidade inspira as pessoas, sem milagres, mas ensinando sobre Cristo e Maria, compartilhando sua alegria, e enfrentando bravamente as dificuldades do dia-a-dia.

Em 1957, o Arcebispo de Nairóbi iniciou o processo para a sua beatificação, tendo sido interrogadas muitas testemunhas, a maior parte delas em África e na Irlanda. O seu testemunho, publicado pela Santa Sé, revela não só uma extraordinária santidade, mas uma santidade na sua forma mais atraente. As palavras amor, alegria e paz aparecem em quase todos os testemunhos. Centenas de Bispos escreveram ao Santo Padre, acentuando a importância especial da beatificação de Edel para os jovens do nosso tempo.

Por: Marina Tavares Gregolin

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